A Lenda da Lança de Foermea
Sofrendo, ouvia o tilintar do metal colidindo com metal a cada vez que fechava os olhos. Em seu desespero, clamou por paz. Perguntou-se onde errara, pediu um conselho ao universo.
Sofrendo, ouvia o tilintar do metal colidindo com metal a cada vez que fechava os olhos. Em seu desespero, clamou por paz. Perguntou-se onde errara, pediu um conselho ao universo.
Nos livros mais antigos, a aparência de Kala está no corpo de uma mulher de seios fartos, longos cabelos serpenteantes, braços magros terminados em garras semelhantes a agulhas e as ancas largas se estendendo no que seria uma enorme cauda de serpente.
O verde se foi, restando o tenebroso, cruel e mortal bege da seca. Nas liras e na prosa a dor tinge-se de cinza em uma representação do desespero, mas o verdadeiro sofrimento se encontra em tons neutros de laranja esbranquiçado, ressecado, ressentido, infértil, improdutivo. O tom desanimador e hostil do solo bege rachado.
Assisti muitas coisas em Ioverlar, das mais sofridas às mais doces, nenhuma delas se comparou ao que presenciei no Sul. Ainda estremeço ao lembrar, cada som, cada sibilar da arma encontrando arma, o clássico tilintar do metal empunhado por guerreiros que lutam além da sobrevivência.
Um nome com fonema sibilante, significado rastejante. Existe uma frase muito conhecida em Ioverlar: “uma vez em Spenyn, nenhum outro lugar consegue ser mais interessante”.